É um dos jogos online mais populares e polémicos do mundo e acaba por ser viciante: os jogadores de Counter-Strike têm dificuldade em controlar o tempo que passam em frente ao computador e revelam sintomas de dependência. Mais preocupante é que o jogo aumenta a agressividade dos adolescentes. As conclusões são de um estudo de dois psicólogos portugueses.
Hugo Morgado e Zélia Teixeira acompanharam 11 adolescentes que jogam Counter-Strike (CS), o famoso videojogo de acção e tiros, para levantar a ponta do véu sobre os hábitos de jogo e consequências para a vida dos jovens.
Ao longo das entrevistas, os próprios adolescentes admitem que o jogo gera "sentimentos negativos". Reconhecem que quando não conseguem atingir um objectivo ficam revoltados e irritados. "Como no CS o adolescente sabe quem o 'matou' , pode dirigir a sua fúria para essa pessoa, como mostram alguns testemunhos que falam de agressões em torneios", afirma Zélia Teixeira.
Os investigadores descobriram que a maior parte dos entrevistados jogava mais de três horas por dia, às vezes mais de cinco, sacrificando o convívio com amigos e família e o tempo dedicado ao estudo. "Aliás, eles próprios identificavam prejuízos a nível da sua vida pessoal, o afastamento dos amigos e os conflitos com a família", explica Hugo Morgado, acrescentando que quase todos tiveram também um declínio do rendimento escolar.
"Para um adolescente, passar tantas horas seguidas a fazer o que quer que seja não é bom", diz Zélia Teixeira. "Por outro lado, é uma actividade solitária porque só falam com os outros enquanto jogadores, não partilham outros interesses. E os outros ainda são importantes para crescermos."
O que torna o CS tão atractivo para os adolescentes? "É um jogo de equipa, que implica interacção com outros jogadores, camaradas a adversários, e que tem o factor competição e desafio", explica.
São estes os ingredientes fundamentais para que os jovens fiquem colados ao computador. E que por isso também podem levar à criação de um vício. "Há envolvimento pessoal, há adrenalina, há reforço positivo quando ganham. É o básico nas dependências sem substâncias", lembra a psicóloga. Alguns dos entrevistados demonstravam já sinais de dependência, alerta Hugo Morgado.
Também João Goulão, presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência, considera que a adição ao jogo tem características de outras dependências. "Mesmo do ponto de vista neuroquímico, das zonas do cérebro que são estimuladas, há semelhanças", explica. "Quanto à forma de os abordar, do ponto de vista do tratamento, não é assim tão diferente, e por isso os nossos técnicos estão preparados para o fazer se for necessário", garante.
João Goulão acrescenta que ainda são poucas as pessoas que procuram ajuda no IDT por causa de dependências que não envolvem substâncias, mas que no futuro o instituto pode passar a acompanhar estes casos. "Existe necessidade de muita reflexão e estudos sobre isso", conclui.
O mesmo pensa Hugo Morgado. "É uma área muito pouco estudada e da qual ainda se vai falar muito. Está a registar-se um aumento massivo de jogadores e até já há jogadores profissionais."
"Este mundo abre tantas portas que é apenas sensato lembrar que por trás de algumas podem estar perigos que ainda não conseguimos prever. Mas já conseguimos perceber que a Internet não é apenas um veículo mas também um terreno fantástico para muitos vícios: das compras ao jogo e apostas, passando pelo sexo", conclui a psicóloga.
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