Terça-feira, 31 de Outubro de 2006
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
De Fernando Pessoa
De
Castor a 1 de Novembro de 2006 às 16:33
Oi.
De Zalinha a 1 de Novembro de 2006 às 19:13
Pois até o poeta fingia:) hehehe bela escolha,mas espero que tenha sido mero acaso e que não seja esse o teu sentimento;) bjs para tutis
Precisamente o que estava a precisar: corda no coração. Para que pudesse acreditar e não desanimar. Infelizmente hoje, até no alpinismo ficamos a perder.
Fernando Pessoa também disse sobre o seu comboio de corda :
Meu coração postiço e contrafeito
Finge-se meu. Se o amor o houvesse tido,
Talvez, mum rasgo natural de eleito,
Seu próprio ser do nada houvesse feito,
E a sua própria essência conseguido.
De
CACAfonso a 3 de Novembro de 2006 às 03:47
Olá Amiga Ciloca!! É sempre bom relembrar Pessoa!! Votos de bom fim-de-semana e uma Beijoka!!...Carlos.
Blogue duma estética irrepreensível, comprometido com a beleza da vida, a merecer mais e constantes visitas no futuro. Gostei imenso desta página elegante. O poeta e a humanidade são fingidores. Bom fim-de-semana.
Olá Ciloca, irei começar as despedidas por ti, minha fã nº 1. Continuarei a visitar esta página, que desde o primeiro dia como bloguista me encantou. Fica bem e tentarei sempre que possa escrever, desta vez de outras terras.
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