Quinta-feira, 2 de Fevereiro de 2006
Poema de Ricardo Oliveira
Sentado num automóvel último-modelo,
Sinto a força do meu ser
Encostado à situação limite da existência.
O fora passa por mim em vertigem,
Agarro todas e nenhuma sensações,
É tudo demasiado rápido, fugaz e efémero
Afinal como a própria vida!
É tudo demasiado sensação
Que me consome em ânsias absurdas...
Por isso acelero, e mais, e mais...
Sinto nas vísceras o poder da máquina
Sinto-me ela...
Ao longe, uma curva,
Já está demasiado perto,
Mas não importa,
Faço-me a ela na glória
De um estrondo imediato.
Mas não importa,
Sei, sei-o na verdade do que existo,
Que a responsabilidade é alheia a mim.
Afinal por que estava ali a curva?
Ricardo Oliveira